quinta-feira, julho 28, 2005

A história de Lance Armstrong

Ele era um ciclista de alto nível, mas que nunca tinha vencido nenhuma grande competição. Era o jovem líder da Motorola Racing Team. Um dia, durante um treino, cuspiu sangue. Ignorou o fato por semanas até q tossiu sangue novamente.

Exames feitos. Diagnóstico: câncer no testículo com metástases no estômago, pulmões e duas no cérebro. Foi tratado nas melhores clínicas dos EUA. Lance, aos 25 anos de idade, foi avisado que sua chance de sobrevivência era de 15%. Se sobrevivesse, sua chance de se tornar esportista de alto nível novamente era de 5%.

No meio de seu tratamento ele recebeu a visita de todos os seus companheiros de equipe e de seu chefe. Ele achava que eles estavam lá para lhe dar força no seu tratamento. Enganou-se. Eles estavam lá para avisar-lhe que estava demitido. (Havia uma cláusula no contrato que determinava que o atleta não poderia passar mais de 6 meses sem mostrar resultados expressivos.)

Cinco cirurgias (sendo duas na cabeça) e um ano de tratamento depois ele recebeu alta. Ele simplesmente resolveu subir numa bicicleta novamente e percebeu que podia pedalar, contrariando todas as recomendações dos médicos. Começou a treinar mesmo sem equipe, até que foi convidado a se juntar à recém-formada U.S. Postal, a equipe dos ciclistas dos correios americanos.

Em 1998, os organizadores do Tour de France – a maior, mais difícil e mais clássica competição ciclística do mundo – convidaram a equipe para participar da corrida, talvez com a intenção de dar apoio moral a Lance e fazer disso um exemplo.

Resultado: no último dia 24, aos 34 anos de idade, o cara tido como quase morto, incapacitado, humilhado pela equipe Motorola, que foi convidado ao Tour em 1998 talvez por pena e que já era considerado velho para recomeçar no esporte, venceu o Tour de France pela sétima vez consecutiva, o que talvez o classifica como o maior esportista vivo.



Veja mais sobre a vida e vitórias de Lance em www.lancearmstrong.com

sexta-feira, julho 22, 2005

Mas afinal, pq a atração pela pirataria?

Pq PIRatas são PIRantes, insPIRados, exPERimentais, PERceptivos, PERambulantes

Essas raízes PER e PIR parecem ter muito em comum


PER quer dizer caminho ou meio pelo qual se faz

É uma rota pela qual se AGE

Agimos quando ATUAMOS

ATO-AMOS

ATO-AÇÃO

A imPROVIsação é uma ato-ação (atitude de agir)

ImPROVisar, PROVidência, PROVer, PROVEniente


Improvisar é PROVer o q é possível

E apenas possível

domingo, julho 17, 2005

Afinal de contas, o que havia em Fillmore?

Voltei a ouvir Hendrix depois de uns 3 anos em abstinência do som do negão. Comecei logo pelo Live in Fillmore. Só negão na banda. Buddy Milles com "aquela" voz q vem da alma. Billy Cox era um baixista q era baixista. E Jimi era - ou ainda é - Jimi. O produto disso é um soul-rock-blues-atômico q ruma ao infinito com velocidade indeterminada e em altitude de cruzeiro.

Mas afinal de contas, o q raio havia naquela porra daquela casa de shows? Habitaria lá alguma raça de seres especiais q fazia as bandas tocarem com mais paixão? Era alguma coisa q colocavam na cerveja? O LSD de lá era especial? Allman Brothers, Miles Davis (Miles, eu te amo), Greatefull Dead, Zappa... Em Fillmore, o q era bom ficava melhor.

Recomendo: tudo q tiver "Live in Fillmore" na capa, pode comprar!!!

P. S.: Caramba, no cd do Al Cooper com Mike Bloomfield vc escuta a guitarra do Mike ecoar na parede do fundo da casa. Ô caba pra tocar alto do cacete!

sexta-feira, julho 15, 2005

Um milhão de coisas estranhas q vc nunca perguntou sobre mim pq não tem coragem e/ou o menor interesse nisso (e algumas eu fiz questão de esconder):

1- Eu não raspo a cabeça com máquina, mas sim com barbeador mesmo;
2- durmo só de cueca;
3- sou fã do Abba;
4- eu fiz psicologia pq só sabia história e biologia (as outras opções eram economia doméstica e educação física);
5- eu detesto estudar;
6- eu uso sorine no nariz antes de dormir;
7- eu como biscoito de chocolate misturando na boca com leite (eca!!!);
8- sou fã do Ney Matogrosso;
9- eu tenho uma deformidade nos dedões dos pés q faz com as laterais das minhas unhas cresçam pra dentro do dedo;
10- meu olho direito é desviado 3 milímetros pra direita (isso faz com q eu perca o foco de alguma coisa em 3 segundos);
11- Eu tenho uma pilha de revistas do Homem-Aranha;
12- só faço refeições lendo pq eu como tão devagar q fico entediado;
13- sou feio, pobre e enjoado, mas meu senso estético é apuradíssimo (traduzindo: namorada feia é o cacete!);
14- pedalei 22.000 quilômetros em 8 anos;
15- aprendi a dirigir em 10 minutos;
16- só escuto música enquanto tomo banho ou dirijo;
17- eu gosto de mulheres com mãos bonitas. Curiosamente, nenhuma namorada minha tinha mãos bonitas;
18- gosto q me abracem forte;
19- morro de sono depois do almoço;
20- eu tenho intolerância a lactose;
21- eu nuca tive uma cárie;
22- já namorei duas evangélicas. Isso não é piada.

quinta-feira, julho 14, 2005


A diferença entre falar e gritar é quantitativa.
E quando os dos dois não derem certo, eu vou sussurrar na sua alma.

Com a alma não se grita
Com a alma não se fala
Apenas se chega.

E quando se chega lá, faz-se uma afirmativa forte e decidida.
Mas sempre se deixa uma provocação no final.



Aprendi com o cidadão abaixo. Um gênio.

Ontem eu estava vendo televisão...

...o q já é um pouco estranho, pq eu detesto televisão. Morro de sono quando vejo. Mas eu tava vendo o programa Fora do Ar, q é um programa de debate com o Kajuru, a Hebe, a Galisteu e o Cacá Rosset . Sinceramente, o programa não é ruim. Eu gosto do Kajuru. Acho q ele é inábil em certas questões, mas gosto da sinceridade dele. O Cacá Rosset é uma figura engraçadinha. Mas moçada, como é q duas figuras conseguem ser tão ridículas quanto a Hebe e a Galisteu?

A Galisteu - cujo maior patrimônio intelectual e moral é ser uma quase viúva do Senna - consegue expôr ao ridículo daquele programa nojento em q o povo fica ligano pra chutar quantos feijões há dentro de uma lata. A Hebe consegue ser ridícula segurando uma bandeirinha do Brasil durante o programa inteiro. Puta q pariu, como é q duas criaturas conseguem falar tanta besteira e emitir opiniões tão absurdamente alienadas? Nãã!!!

sábado, julho 09, 2005

Ares da cidade grande

Certo, sou um cidadão da capital. Coisas estranhas q notei nessas 24 horas na casa nova:

1- Moro num condomínio q fica numa rua muuuito movimentada e no meu apartamento não se escuta barulho de nada. Nada mesmo. Nem mesmo dos vizinhos. Falando nisso, mora muita gente num condomínio e pq a gente não vê ninguém? É - literalmente - muito deprimente.

2- Dormi mal.

3- Ô tédio... Maracanaú era mais animado.

4- Tenho conexão a cabo. Chique, né?

sábado, julho 02, 2005

O homem que observava o horizonte


O vigia deste navio pirata era uma figura estranha: um norueguês que fugiu do seu país. Magro como um palito, pele avermelhada, roupas estranhamente em ordem e não usava adereços de piratas.

Ficava, como em todo navio, no alto do mastro, numa pequena plataforma que mais parecia uma gaiola. O alto do mastro é o lugar que mais balança no navio inteiro e também é o lugar mais solitário. Seu posto é de uma responsabilidade enorme: deve avisar sobre possíveis navios desconhecidos, tempestades ou terras.

Não falava. Quando ele avistava navios inimigos ou a serem pirateados ou terras, os piratas tomavam um susto – e não se sabe se o susto era pelo aviso em si ou por ouvirem a voz do magricela “mudo”. Seu corpo esquálido e sua mudez de estátua davam medo. Em compensação, muito se falava sobre ele. Diziam no navio que ele era o único pirata que nunca havia matado alguém na vida. Contavam que uma vez um cozinheiro – um homem com o dobro do tamanho do vigia - não gostou do jeito que o norueguês o encarou e partiu para cima dele com uma faca de cozinha. Pobre cozinheiro. Não ficou com um único dente no lado de dentro da boca. Dizem que o observador magricela não o matou com as próprias mãos por pouco: ele não era um assassino. Mas quem estava presente diz que viu os olhos imensos do vigia ferverem de ódio do cozinheiro gordão. Ele pareceu engolir a raiva.

Mesmo quando estava comendo, parecia ficar olhando pelas janelas do navio procurando algo. Seus olhos esbugalhados pareciam estar sempre procurando alguma coisa na linha do horizonte. Ninguém tinha coragem de se aproximar dele. Todos tinham medo. Medo de ouvir sua voz metálica. Medo da rapidez com que ele conseguia puxar sua faca. Medo de que aqueles olhos esbugalhados tão misteriosos pudessem enxergar a alma de alguém.
Ninguém no navio notava, mas o observador mesmo sendo tão magro, era muito pesado. Ele caminhava como se tivesse um elefante nas costas. E o mais intrigante: ele não se desequilibrava com a ventania das alturas do mastro.

E numa noite dessas – uma noite com céu muito limpo, de Lua clara e muitas estrelas – o norueguês estava olhando pro infinito com sua habitual expressão de procura e tensão e seu coração estava mais pesado que o normal. A procura parecia mais tensa e difícil. Naquela noite no posto de vigilância estava um homem que nunca havia olhado para outra coisa desde criança a não ser para o horizonte. Era como se a sua cabeça nem seus olhos não pudessem mais mover-se para cima. O possível para o vigia norueguês vinha dos lados. O medo vinha em sua direção vindo da linha o horizonte.

A sensação de falta de repente pareceu ser iluminada pela Lua – tornou-se maior e mais clara. Perguntou-se o que procurava. O que procurava nesses anos todos? O que tornava essa procura tão dolorosa, tensa e improdutiva? O que era aquele estranho peso nas costas?

A angústia o levou a olhar para cima e ele pareceu perplexo com o que viu. O céu sem nuvens revelou o salpicado de pequenas luzes. Ele percebeu o brilho da Lua. A pele seca do seu rosto seu rosto moveu-se como se estivesse rachando – a expressão tornou-se mais serena. Ele juntou pontos mais brilhantes e formou desenhos. De repente os desenhos pareceram ter vida. Ele viu um desenho que parecia uma maçã. Viu uma silhueta de menina. A cabeça de um cachorro. Viu uma casa pequena.

A estranha sensação da saudade lhe surgiu. Lembrou do que viveu quando criança. Lembrou de correr num imenso e verdejante gramado. Lembrou que a maçã que viu no nas estrelas era doce. Lembrou que a silhueta nas estrelas era de uma menina loira e com sardas no rosto que corria no gramado. Aquele cão pastor tangia as ovelhas e daquela casa saiu um homem forte que o chamou para almoçar - sim, um dia ele não foi um homem que procura, mas uma criança procurada.

A última forma que percebeu foi a de um cavalo. Lembrou do dia em que brincava no gramado e viu surgir na linha do horizonte um grupo de homens a cavalo num seguro e rápido galope vindo rumo à sua casa. Ele demorou a reconhecê-los. Quando percebeu que eram homens do rei que cobravam impostos, ficou paralisado de tanto medo. Um cavalo vinha em sua direção e durante três segundos ele pôde olhar nos olhos do cavalo e através deles pôde ver o seu espírito. Pensou em avisar sua família, mas já era tarde: o cavalo o atropelou. O que se seguiu foi a morte do seu pai, mãe, avó e irmã pelos homens e ele só sobreviveu por fingir estar morto.
Sua vida seguiu como um homem que procura algo amedrontador no horizonte e nos olhos dos outros. Tornou-se um homem que até hoje carrega a vida da família nas costas. Tornou-se um homem que não olha para o que está perto – apenas para o que está vindo da linha do horizonte.