domingo, outubro 03, 2004

As coisas como estão...

...é o nome de uma música da minha banda. E as coisas não estão boas. Faz tempo. Na verdade, acho q elas só eram boas quando eu treinava na serra de Maranguape e subia até acabar a trilha. Quando eu me perdia e passava 8 horas sozinho na serra comendo banana, manga e bebendo água do rio. Acho q elas eram boas quando eu sentia o meu corpo inteiro doendo depois de 40 minutos de subida. As coisas eram boas quando eu sentia o cheiro de mato molhado, quando eu via beija-flor nas plantas, quando eu sentia meu ouvido zunindo pela diferença de pressão ao subir e descer a serra. E tb quando encontrava o caminho de volta e o computador de bordo marcava 60, 65 por hora e sentia q eu a a bicicleta estávamos juntos até q um buraco nos separasse. Ela era meu Baloubet de Rouet (é assim q se escreve?). Só q ela nunca refugou. :) Eu já refuguei, mas ela nunca. Eu rachei 2 bicicletas de liga de alumínio aeronáutico. Já pensou se eu fosse alto e forte?

Eu acho q as coisas eram boas quando eu voltava pra casa e sentia minhas pernas meio anestesiadas quando eu subia as escadas da minha casa. Eu chegava à minha casa com lama até dentro do capacete. Quando eu tomava banho e via a água suja indo pelo ralo eu sentia q muito das coisas ruins iam junto. Eu sentia o meu corpo pesando 90 quilos e ia feito um zumbi pra cama. Isso era bom pq não me dava oportunidade de ficar pensando besteira antes de dormir, entende? Não ficava pensando em amores perdidos, nem remoendo pequenas nem grandes mágoas. Enfim, eu não via fantasmas. Não precisava ficar carregando essa mala pesada q eu carregou todo dia, pra onde quer q eu vá. Eu desabava na cama e apagava. Apagava.

2 Comments:

Blogger Liliana said...

Beijo!!

8:05 PM  
Anonymous Anônimo said...

Mininu, como vc escreve bem...ta pra visualizar e td...mas fico triste com o conteúdo...

1:26 PM  

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